O HIPPIE CONTEMPORÂNEO- A VOLTA DOS CASACOS DE PELO 

Depois de um semestre inteiro marcado pela inspiração boho e pela mistura de estéticas, começamos a observar esse estilo ser repaginado, trazendo outros elementos vintage para as produções do street style e ganhando uma nova roupagem que brinca com peças de épocas diferentes para dar vida a uma moda contemporânea. Tudo isso tem início com os casacos de pelo, também conhecidos como “Penny Lane”.

Icônico por marcar a década de 60, o Afghan Coat tornou-se um dos símbolos do movimento hippie e da vida boêmia. Posteriormente, sendo conhecido como Penny Lane, a peça foi criada apenas para proteger e aquecer o corpo, mas logo se tornou um ícone da cultura pop, aparecendo nas produções visuais de diversos artistas, como John Lennon e Jimi Hendrix, e conquistando ainda mais adeptos até cair no gosto da moda popular.

Hoje em dia, o casaco volta a marcar as produções do street style. Entretanto, ele transita entre estéticas diferentes, desde looks que seguem uma vibe mais “Y2K” ou um estilo mais grunge, até como uma terceira peça usada para elevar combinações mais básicas. Seja com calças baggy ou skinny, saias ou vestidos, o modelo ressurge como uma tendência para 2025, prometendo ser uma peça versátil e democrática, capaz de se adaptar a diversos estilos, contextos e ocasiões. Perfeito para trazer um detalhamento extra e adicionar um toque de rebeldia aos looks.

A moda está sempre indo e vindo, e, dessa forma, acabamos nos deparando com peças vintage que começam a ganhar cada vez mais destaque nos dias de hoje, retomando elementos que marcaram outras épocas, mas que, ainda assim, conseguem se adaptar à moda atual. Vocês gostam desse modelo? Confesso que acho uma graça!

Beijos, Lalá. 

A MITOLOGIA DE GAULTIER- O SEXY MÍSTICO DE LUDOVIC DE SAINT SERNIN

Depois de várias apresentações que foram verdadeiros sonhos durante a semana de alta-costura, ontem aconteceu o desfile de Ludovic de Saint Sernin como diretor criativo da Jean Paul Gaultier. A maison, que a cada temporada escolhe um novo estilista para criar uma coleção para a marca, apostou na criatividade ousada de Ludovic, que já trabalhou em outras maisons, como Dior e Balmain, para liderar a criação das novas peças da coleção de alta-costura.

Trazendo um tom de transgressão e sexualidade para os looks, Ludovic consegue interpretar os códigos mais conhecidos da maison à sua maneira, imprimindo uma visão que confere um aspecto mitológico às peças. Com esse ar náutico, as modelos entram na passarela com visuais molhados e vestidos que moldam o corpo em uma silhueta sexy e cheia de personalidade. Além disso, a coleção explora detalhes através de transparências, amarrações e vestidos de comprimento alongado, que também trazem inspiração no estilo sexy característico dos anos 2000.

Extravagante e exagerada, a coleção explora corsets, recortes, babados e vestidos com modelagens sereia, retratando mais uma vez a inspiração nas ninfas aquáticas. Essa referência permite que Ludovic explore diversos signos e códigos folclóricos, combinando moda com bom humor. Com uma cartela de cores mais sóbria, o estilista mantém um tom dark, equilibrado pelo glamour presente em looks texturizados, seja pelo próprio tecido, seja por aplicações de penas e ilhoses, que conferem até mesmo um apelo quase fetichista à produção. O resultado é uma coleção opulenta, mas repleta de personalidade e magia.

A semana de alta-costura sempre chega para trazer grandes novidades e novos olhares para a moda. Ludovic de Saint Sernin definitivamente conseguiu alcançar isso com um desfile que foge do lugar comum, como já se espera de uma coleção para a Gaultier. Incrível! Me contem: vocês já têm um desfile preferido desta temporada?

Beijos, Lalá.

SEMANA DE ALTA-COSTURA- AS CORES PASTÉIS E O COMPRIMENTO MINI NA PASSARELA DA CHANEL

Ontem, dia 28 de janeiro, foi dada a largada ao primeiro dia de desfiles da semana de alta-costura. O evento, marcado pela presença de mais de 20 marcas, contou com a abertura da maison Schiaparelli, seguida por outras marcas ainda mais tradicionais da moda. Entretanto, quem me acompanha já sabe que tive a oportunidade de assistir de perto ao desfile da Chanel, que aconteceu hoje de manhã. Por isso, vim compartilhar com vocês um pouco sobre como foi mais uma apresentação incrível dessa grife, que consegue unir perfeitamente delicadeza e elegância atemporal.

Apesar de a marca já ter anunciado Matthieu Blazy como o novo diretor criativo, o estilista só lançará sua coleção em 2026. Assim, este novo desfile é assinado pela equipe interna da maison, que continua trazendo seus signos e elementos já bem conhecidos, porém de forma mais jovial. A apresentação explora uma cartela de cores com tons mais claros e pastéis, que ao longo do desfile ganha mais sobriedade, transitando bem por diferentes públicos.

Assim, a coleção fica marcada pelos comprimentos mini, que ganham espaço até mesmo no look bridal, com uma saia assimétrica combinada ao tailleur na parte superior. Falando em tailleurs, eles assumem o protagonismo nesta coleção, justamente por se tratar de uma peça que representa a grife há mais de 100 anos. Ao seu lado, volumes introduzidos pelo uso de tule nas caudas e mangas adicionam um toque contemporâneo e delicado, equilibrando-se com a silhueta mais confortável proposta pela Chanel. A coleção também explora texturas por meio de bordados e técnicas que brincam com os tecidos, criando novas formas.

Teremos ainda mais desfiles para acompanhar durante os próximos dias, e mal posso esperar para descobrir quais serão as próximas novidades que cada uma das marcas apresentará em primeira mão por aqui! O que vocês acharam do desfile da Chanel? Gostaram?

Beijos, Lalá.

O HEROIN CHIC E AS ESTÉTICAS QUE MARCARAM OS ANOS 90 PARA A ATUALIDADE

A moda, ultimamente, tem passado por um processo de resgate do passado, trazendo elementos vintage para a contemporaneidade de forma inovadora. Entre as diversas tendências que retomam décadas passadas no contexto da moda, muitas se tornaram icônicas, como os anos 90, conhecidos por seu estilo de vida controverso e ousado.

Os anos 90 ficaram famosos pelo auge de novos movimentos contraculturais e músicas underground, como o indie e o grunge, o que passou a se refletir também no lifestyle e na forma como as pessoas consumiam moda. Se as décadas anteriores foram eternizadas por suas produções super coloridas e alegres, os anos 90 se destacaram por um visual mais magro e despojado, levando ao pé da letra a ideia de um estilo de vida mais artístico e liberal. Isso trouxe campanhas com uma pegada urbana, cenários casuais e fotografias mais cruas, que retratavam essa nova estética anti-glamourosa.

Muitas modelos se tornaram referência de estilo durante essa época, mas um dos maiores nomes da moda que trouxe popularidade para essa identidade foi Kate Moss. Os looks com camisetas rasgadas, jeans oversized, jaquetas de couro, casacos de pele e meias-calças texturizadas e rasgadas deram esse tom messy, mas com elementos chic que se tornaram icônicos. Hoje em dia, muitos desses elementos estão novamente em alta, tanto nas passarelas quanto no street style, acompanhados de tendências de beleza que reforçam essa estética rebelde, porém com um toque mais moderno e inserida em um lifestyle mais equilibrado.

Muitas estéticas desaparecem e retornam com o tempo. Depois de grandes ondas de estilos e lifestyles mais regrados, que traziam a ideia de uma imagem limpa e polida, essas estéticas mais despojadas também estão ressurgindo como um movimento para desafiar o estilo que já predominava há bastante tempo. O que vocês acham desse estilo dos anos 90?

Beijos, Lalá.

ANDROGINIA E UTILITARISMO- AS APOSTAS PARA O OUTONO/INVERNO

Se passamos o ano de 2024 inteiro ressaltando estéticas mais delicadas, que exploravam o conceito de feminilidade, agora uma nova onda começa a seguir na direção contrária. Novas tendências trazem elementos e conceitos inspirados em peças clássicas do guarda-roupa masculino, compondo produções femininas com um estilo mais social e elegante que chegam como grandes apostas para o outono/ inverno 2025.

Quando falamos sobre as apostas para o inverno, o primeiro aspecto a se considerar é a cartela de cores, que neste ano apresenta tons mais sóbrios. Marrom, cinza, vinho, verde e azul-marinho são apostas fortes como as cores que dominarão a temporada, trazendo ainda mais sofisticação aos looks de inverno, ao mesmo tempo em que fogem do preto e branco básicos. Quanto às modelagens, o destaque está nas calças mais amplas e retas, tanto em jeans quanto em alfaiataria. Desta vez, os elementos ganham uma abordagem mais utilitária.

Já nos aspectos de produção e styling, os tênis e os saltos altos perdem um pouco de protagonismo, dando lugar a modelos mais sociais, como mocassins, loafers e docksides. Esses calçados são combinados desde produções mais formais até propostas de street style casual. Além disso, os lenços, que já vinham ganhando cada vez mais destaque, continuam em alta, agora amarrados ao pescoço, trazendo um detalhamento adicional aos looks. Nessa tendência, o objetivo é buscar a atemporalidade das peças e bons caimentos, criando uma imagem de moda elegante e polida.

Eu confesso que adoro esse estilo, já que ele é super adaptável para diversas ocasiões. Além disso, é possível montar looks únicos e incríveis com peças básicas que todo mundo tem no guarda-roupa. Acho um charme! E vocês?

Beijos, Lalá.