XANGAI FASHION WEEK- O ROMANCE E A REBELDIA DE SHUSHU TONG

A Xangai Fashion Week é uma das semanas de moda que ocorrem ao redor do mundo, além dos roteiros europeus já mais conhecidos. E Shushu Tong é um dos maiores nomes responsáveis por estourar a bolha do mercado asiático, com sua estética hiperfeminina e com uma rebeldia romântica misturadas com ornamentos e materiais inovadores.

A marca, fundada em 2015 pela dupla de amigos Yuyong Jiang e Liushu Lei, prova que a moda realmente transcende fronteiras, sejam elas culturais ou geográficas. Deixando isso ainda mais visível no seu desfile de inverno 2024, a coleção foi inspirada em um musical baseado no conto intitulado de “Gigi”, obra mais famosa da escritora francesa Sidonie-Gabrielle Colette. O livro trata-se de um compilado de 3 contos e nesse é contada a história de Gigi, uma adolescente francesa e rebelde que é descrita como uma garota sensual e inocente ao mesmo tempo. Tanto o livro quanto as produções da história no cinema, principalmente falando de figurinos, foram as principais referências para os designers.

Toda a coleção possui um tom sofisticado, porém divertido, sexy, romântico e principalmente com uma estética mais madura. A dupla, que possui códigos muito parecidos com a Miu Miu e Simone Rocha, usam um dos maiores simbolismos desse romantismo atualmente: Os laços! Porém não de forma aleatória e sim trazendo-os em conjunto com novos tecidos, modelagens e técnicas.

No desfile, podemos observar um mix de vestidos super femininos e alfaiatarias combinados com saias texturizadas, estampas florais, balaclavas, laços enormes com recortes assimétricos, aplicações de pedrarias, além das plumas, tricôs e corsets que também aparecem para compor uma silhueta ousada mas com um toque boyish. A coleção representa um amadurecimento em relação as outras passadas e também da própria designer e personagem em que as peças foram inspiradas, tornando a coleção ainda mais cool e desejada pelo público.

A moda oriental ainda não possui tanta visibilidade, porém ao que tudo indica, cada ano que passa isso tende a mudar, principalmente com nomes como o de Shushu Tong crescendo no mercado internacional e trazendo ainda mais valor para a feminilidade. É muito bonita a forma como a moda nos apresenta culturas diferentes e como ela é capaz de nos aproximar, mesmo distantes.

Beijos, Lalá.

Burberry fall 2024 – a busca por equilíbrio entre a tradição e contemporaneidade

Sei que já estamos no embalo da Milão Fashion Week, mas não posso deixar de passar em branco da marca que mais exala o ar londrino, a Burberry.

Mais uma vez, Daniel Lee optou por nos encantar em um cenário externo, escolhendo o encantador Victoria Park como palco para sua apresentação. Desde que assumiu o papel de diretor criativo, ele prometeu uma Burberry renovada, mas sem abrir mão da tradição que tanto amamos. E o desfile da coleção Fall 2024 foi a prova viva de que ele está cumprindo sua promessa com maestria, elevando a marca a novos patamares de sofisticação e contemporaneidade.

A passarela foi dominada por ícones britânicos, como Lily Cole e Naomi Campbell, que desfilaram com uma elegância incomparável. Os looks apresentados mesclavam elementos clássicos da Burberry com toques modernos e inovadores, resultando em uma coleção que nos transportou para uma jornada de estilo e glamour, fala sério, tem melhor? Os trench coats, em sua versão em couro, foram verdadeiros destaques, nos passando uma vibe de luxo e atitude que capturou a atenção de todos os presentes. Tudo isso ao som da  voz inconfundível de Amy Winehouse, o público era envolvido por uma atmosfera 100% londrina

Sobre as peças, o verde musgo, evocativo dos uniformes do exército britânico, esteve em evidência, adicionando um toque de autenticidade e tradição à coleção. Lenços na cabeça, calças volumosas, tricôs com decotes em V e maxicachecóis foram alguns dos elementos que marcaram presença, cada um contribuindo para criar um visual que era ao mesmo tempo atemporal e moderno.

A missão de Daniel é clara: resgatar todo aquele espírito cool britânico que tanto marcou os anos 90 e reinventá-lo para os tempos modernos. E, ao meu ver, ele está cumprindo essa meta muito bem. A marca continua a nos encantar e surpreender a cada temporada, reafirmando seu lugar como uma das marcas mais icônicas e influentes da moda. Mas e vocês, também amam todo o  charme inconfundível da Burberry?

Beijos, Lalá!

NYFW – um toque latino com na elegância de Carolina Herrera

Vamos falar sobre o desfile incrível da Carolina Herrera na NYFW? Ontem, segunda-feira (12.02), em Nova York, foi um espetáculo de elegância e estilo, como sempre! E o tema deste ano foi uma verdadeira homenagem à jornada de Carolina Herrera, a própria musa inspiradora.

Sob a direção criativa de Wes Gordon desde 2018, a apresentação foi uma ode à história da moda e à influência latina de Herrera. Gordon mergulhou no livro “Portrait of Fashion Icon”, que retrata a trajetória da designer, e trouxe à vida uma coleção que exala sofisticação e cultura.

A fusão das origens latinas de Carolina com elementos clássicos da cultura americana resultou em uma variedade de looks deslumbrantes. Babados volumosos, silhuetas marcadas e decotes generosos foram inspirados na moda latina americana, enquanto elementos clássicos da cultura norte-americana foram habilmente entrelaçados.

E vamos falar das tendências? O desfile estava repleto de tudo o que está bombando no mundo da moda. Desde a estética mob wife até a delicadeza do coquette core, com saias e vestidos adornados com camadas e babados florais em tons pastel, além da tendência dos balones em saias longas e vestidos curtos. O vermelho reinou como cor destaque, e os ombros, ah, os ombros! Eles foram o grande diferencial, com mangas ousadas e recortes bufantes, adicionando um toque de drama e glamour aos looks.

Ao longo dos últimos seis anos à frente da marca, Wes Gordon tem sido incrível em manter o respeito à tradição, mas este desfile foi uma lembrança poderosa da importância de honrar nossas raízes. Foi uma coleção encantadora, que nos lembrou da beleza e da força da cultura latina. Agora, me contem, entre todas as peças deslumbrantes, qual foi a sua favorita?

Beijos, Lalá!

O comeback de Helô Rocha à SPFW

Após seis anos afastada das passarelas da São Paulo Fashion Week (SPFW), Helô Rocha fez um retorno triunfante com uma coleção que mergulha nas raízes nordestinas e na profecia de Antônio Conselheiro: “O sertão vai virar mar”. O desfile, que ocorreu nesta quarta-feira (08 de novembro) no Teatro Oficina em São Paulo, foi um espetáculo encantador que marcou o início da 56ª edição da SPFW.

Por mais que tenha nascido em Porto Alegre, foi pequena para a cidade de Natal. No mesmo período,  teve a oportunidade de conviver com suas raízes na cidadezinha de Seridó, uma pérola do sertão nordestino e responsável pela paixão da artista por esta região. Ao seu lado, a designer Camila Pedroza compartilha destas mesmas origens, e juntas elas formam uma dupla criativa que celebra os trabalhos manuais transmitidos por seus ancestrais – bordados, rendas, crochês e aplicações de pedrarias.

A coleção apresentada no retorno de Helô Rocha à SPFW transportou o público para um universo místico, onde as sereias ganharam uma nova roupagem, transformando-se em sereias sertanejas. As peças exploraram uma estética mágica com referências nordestinas, destacando-se slip dresses em tecidos brancos com um toque de furta-cor, e outras obras de arte, confeccionadas com látex amazônico.

As maquiagens complementaram o visual com borboletas cintilantes, proporcionando uma atmosfera de encantamento e sugerindo que as criações da dupla foram retiradas das profundezas aquáticas. Cada detalhe, cuidadosamente elaborado, contribuiu para a narrativa visual que Helô e Camila apresentaram ao público.

O retorno da marca SPFW não foi apenas um desfile, mas sim um verdadeiro conto de fadas sertanejo. O teatro das peças, combinado com a riqueza cultural nordestina, criou uma experiência única e inesquecível. Este comeback não só marcou um lindo início para a SPFW, mas também reforçou a capacidade das designers de transformarem suas origens em criações artísticas que encantam e surpreendem.

E vocês, o que acharam desse retorno incrível? A magia das sereias sertanejas de Helô Rocha conquistou a passarela da SPFW e certamente ficará na memória dos amantes da moda.

Beijos, Lalá!

Shushu/Tong: conheça o hiper-feminismo da marca chinesa

A moda é uma expressão artística que transcende fronteiras e culturas, e a marca emergente Shushu/Tong personifica essa ideia de forma notável. 

Fundada em 2015 em Xangai por dois amigos, Yuyong Jiang e Liushu Lei, a marca cresceu a partir de uma amizade que se originou em sua jornada de estudo em moda. Ambos cresceram na mesma cidade, mas foi em Xangai que suas vidas se uniram, quando decidiram estudar moda juntos e, posteriormente, morar em Londres para aprimorar seus conhecimentos na London College of Fashion.

Essa dupla traz consigo experiências valiosas, tendo estagiado com grandes nomes como a designer Simone Rocha. Essas experiências, sem dúvida, contribuíram para a inspiração por trás da marca, que se destaca por sua capacidade de fundir o hiper-feminismo com um toque de minimalismo e até mesmo o maximalismo.

Shushu/Tong é a materialização do romantismo rebelde de Simone Rocha, misturado com os ornamentos lúdicos que lembram o universo Miu Miu. A marca é notavelmente feminina e romântica, mas com um toque surpreendentemente cool, explorando recortes ousados, tecidos inovadores e um styling incrível.

Não é de surpreender que Shushu/Tong tenha chamado a atenção das celebridades. Nomes como a cantora Rosalía e Jennie Ruby marcaram presença usando algumas peças. A marca diz ser para mulheres modernas que ousam se expressar usando detalhes inegavelmente femininos.

Em um mundo que busca constantemente inovação e originalidade na moda, Shushu/Tong se destaca por sua abordagem única, combinando elementos femininos e ousados de uma maneira que conquista corações e chama a atenção. Se você ainda não está familiarizado com o nome Shushu/Tong, em breve estará, pois essa marca está destinada a deixar uma marca duradoura na cena da moda.

Beijos, Lalá!