BOXING SHOES- UMA TENDÊNCIA POLÊMICA E FORA DO COMUM

Entre diversas tendências que vêm e vão, muitas marcaram este ano, seja por serem polêmicas, como a volta das calças capri, ou por serem mais delicadas, como os laços. Todas elas encontram um público que as abraça, e assim começam a ser reinventadas para a moda em geral. Desta vez, a tendência chega para os pés: o retorno agora é das boxing boots, que já marcaram presença no streetwear e também nos desfiles de verão.

Esse modelo, que surgiu para a prática de luta, tornou-se indispensável para os atletas, já que o cano alongado protegia os tornozelos durante os treinos, e a sola baixa e fina proporcionava uma melhor movimentação no ringue. Além disso, era usado pelo conforto, pois, sendo de um tecido leve, os boxing shoes passaram a ser uma opção mais confortável e respirável para os lutadores. Com o tempo, esse sapato foi reinventado pela moda, marcando os anos 2000, que atualizaram o design, criando uma bota inspirada no modelo original, mas com um estilo ainda mais sexy e ousado. Atualmente, o sapato aparece mais em sua versão como tênis, dando fortes indícios de que será uma it-piece nos próximos meses.

Graças ao encontro constante da moda com o esporte, os boxing shoes começaram a ganhar fama primeiro no street style, através de looks mais ousados que combinavam os tênis com saias, camisetas e vestidos. Depois, passaram a ser incorporados também por grandes marcas e grifes, que trouxeram versões renovadas do modelo. Um exemplo é a coleção da Dior, que explora o tênis com recortes, fazendo com que ele se assemelhe até mesmo às famosas sandálias gladiadoras, mas sem perder o conforto das solas emborrachadas. Outro exemplo é o desfile de Stella McCartney, que apresenta o sapato com o cano encurtado, mas ainda assim mantendo um estilo ousado, que beira o inusitado.

Apesar de serem polêmicos, não podemos negar que esses sapatos carregam uma imagem forte e ousada, quase se tornando a peça principal do look e trazendo uma criatividade e excentricidade únicas! O que vocês acham desse estilo? Gostam?

Beijos, Lalá.

BALLETCORE RENOVADO- AS TENDÊNCIAS HIPER FEMININAS CONTINUAM EM ALTA

Já há algum tempo, a moda tem sido marcada por microtendências que chegam e, aos poucos, perdem sua força. Ao lado de estilos como athleisure, blokecore e workwear, o balletcore parecia estar perdendo fôlego, em meio a elementos mais sóbrios e rígidos que vinham surgindo como novas apostas fashion. No entanto, após esta temporada de moda, tudo indica que essa estética atingirá seu ápice novamente, de forma mais amadurecida, mas sem perder sua essência girly e delicada.

O balletcore, como o nome sugere, é uma estética que deriva dos elementos e signos tradicionais que associamos à prática dessa dança. Inspirado nos trajes das bailarinas, esse estilo busca trazer delicadeza e um universo romântico para o dia a dia, utilizando tules, bodys, sapatilhas e tons pastéis para construir uma imagem de moda mais leve e feminina. Contudo, o que observamos agora com a evolução desse estilo é que essa imagem começa a ser equilibrada com outros códigos mais urbanos, criando uma interessante combinação entre estéticas.

Atualmente, esses elementos estão sendo reinterpretados, seja de forma mais direta ou sutil, marcando diversas produções e desfiles. Alguns elementos, como os tons pastéis ou mais delicados, tiveram bastante destaque nesta temporada de moda, em desfiles como os de Alaia e Giambattista Valli. Já o tule, babados e rendas apareceram nas apresentações de Simone Rocha, a queridinha da moda hiperfeminina, e também na coleção da Valentino, que incorporou sapatilhas e polainas. Outras marcas que também abraçaram essa inspiração foram Ferragamo, que apresentou o balletcore de forma mais direta, com casaquinhos, collants e meia-calça, e Chloé, que incorporou esse estilo de maneira sutil em sua estética boho, através dos balonês e das cores mais doces.

Confesso que amo essas estéticas mais femininas, e agora, com o novo auge de uma moda mais leve e delicada, é o momento perfeito para experimentar e se jogar em looks com esses elementos no dia a dia também. O que vocês acham?

Beijos, Lalá.

O ATHLEISURE DE VERÃO DA DIOR MARCA O SEGUNDO DIA DE DESFILES DA PARIS FASHION WEEK

A Paris Fashion Week teve início ontem, dia 23 de setembro, e irá até o primeiro dia de outubro. Marcada pela participação das maisons mais tradicionais, a capital francesa registra o capítulo final deste super roteiro de desfiles, que conta com grandes nomes como Saint Laurent, Balmain, Mugler, Schiaparelli, entre outras etiquetas. Hoje, falaremos do desfile da Dior, que ocorreu durante a manhã de hoje, 24 de setembro, e trouxe uma visão mais tecnológica e inovadora para a marca, ainda inspirada pelas Olimpíadas.

Sob a direção criativa de Maria Grazia Chiuri, o clima esportivo se mantém nesta nova coleção, assim como na anterior. No entanto, diferentemente do conceito passado, que olhava para o passado e para o processo de criação das Olimpíadas, desta vez a coleção adota um olhar mais tecnológico, incorporando o estilo atlético em uma visão inovadora da marca, ao mesmo tempo que se afasta, de forma sutil, da estética clássica explorada pela maison ao longo dos anos.

Com uma paleta de cores bem enxuta, o desfile foi criado praticamente todo em cores neutras, como preto, branco e bege, com exceção de apenas uma peça, que foi apresentada em couro vermelho. Já as silhuetas se baseiam na relação entre o corpo, a roupa e a funcionalidade, explorando peças como bodys, calças cargo, jaquetas e corta-ventos, além de usar tecidos mais leves e frescos. Ainda assim, Maria Grazia não deixa o feminino de lado, brincando também com tecidos transparentes, além de vestidos longos com decotes e recortes assimétricos, e a aplicação de franjas e bordados que já apareceram em outros desfiles e chegam como uma aposta certa para o verão.

A ousadia de explorar um verão inteiro formado por cores neutras e escuras foi uma surpresa para todos nós. Assim, Maria Grazia consegue atrair os olhares para a Dior mais uma vez, através da surpresa e quebra de expectativa. Teremos mais desfiles para acompanhar durante a semana. Estão ansiosas por alguma apresentação específica?

Beijos, Lalá. 

XANGAI FASHION WEEK- O ROMANCE E A REBELDIA DE SHUSHU TONG

A Xangai Fashion Week é uma das semanas de moda que ocorrem ao redor do mundo, além dos roteiros europeus já mais conhecidos. E Shushu Tong é um dos maiores nomes responsáveis por estourar a bolha do mercado asiático, com sua estética hiperfeminina e com uma rebeldia romântica misturadas com ornamentos e materiais inovadores.

A marca, fundada em 2015 pela dupla de amigos Yuyong Jiang e Liushu Lei, prova que a moda realmente transcende fronteiras, sejam elas culturais ou geográficas. Deixando isso ainda mais visível no seu desfile de inverno 2024, a coleção foi inspirada em um musical baseado no conto intitulado de “Gigi”, obra mais famosa da escritora francesa Sidonie-Gabrielle Colette. O livro trata-se de um compilado de 3 contos e nesse é contada a história de Gigi, uma adolescente francesa e rebelde que é descrita como uma garota sensual e inocente ao mesmo tempo. Tanto o livro quanto as produções da história no cinema, principalmente falando de figurinos, foram as principais referências para os designers.

Toda a coleção possui um tom sofisticado, porém divertido, sexy, romântico e principalmente com uma estética mais madura. A dupla, que possui códigos muito parecidos com a Miu Miu e Simone Rocha, usam um dos maiores simbolismos desse romantismo atualmente: Os laços! Porém não de forma aleatória e sim trazendo-os em conjunto com novos tecidos, modelagens e técnicas.

No desfile, podemos observar um mix de vestidos super femininos e alfaiatarias combinados com saias texturizadas, estampas florais, balaclavas, laços enormes com recortes assimétricos, aplicações de pedrarias, além das plumas, tricôs e corsets que também aparecem para compor uma silhueta ousada mas com um toque boyish. A coleção representa um amadurecimento em relação as outras passadas e também da própria designer e personagem em que as peças foram inspiradas, tornando a coleção ainda mais cool e desejada pelo público.

A moda oriental ainda não possui tanta visibilidade, porém ao que tudo indica, cada ano que passa isso tende a mudar, principalmente com nomes como o de Shushu Tong crescendo no mercado internacional e trazendo ainda mais valor para a feminilidade. É muito bonita a forma como a moda nos apresenta culturas diferentes e como ela é capaz de nos aproximar, mesmo distantes.

Beijos, Lalá.

Burberry fall 2024 – a busca por equilíbrio entre a tradição e contemporaneidade

Sei que já estamos no embalo da Milão Fashion Week, mas não posso deixar de passar em branco da marca que mais exala o ar londrino, a Burberry.

Mais uma vez, Daniel Lee optou por nos encantar em um cenário externo, escolhendo o encantador Victoria Park como palco para sua apresentação. Desde que assumiu o papel de diretor criativo, ele prometeu uma Burberry renovada, mas sem abrir mão da tradição que tanto amamos. E o desfile da coleção Fall 2024 foi a prova viva de que ele está cumprindo sua promessa com maestria, elevando a marca a novos patamares de sofisticação e contemporaneidade.

A passarela foi dominada por ícones britânicos, como Lily Cole e Naomi Campbell, que desfilaram com uma elegância incomparável. Os looks apresentados mesclavam elementos clássicos da Burberry com toques modernos e inovadores, resultando em uma coleção que nos transportou para uma jornada de estilo e glamour, fala sério, tem melhor? Os trench coats, em sua versão em couro, foram verdadeiros destaques, nos passando uma vibe de luxo e atitude que capturou a atenção de todos os presentes. Tudo isso ao som da  voz inconfundível de Amy Winehouse, o público era envolvido por uma atmosfera 100% londrina

Sobre as peças, o verde musgo, evocativo dos uniformes do exército britânico, esteve em evidência, adicionando um toque de autenticidade e tradição à coleção. Lenços na cabeça, calças volumosas, tricôs com decotes em V e maxicachecóis foram alguns dos elementos que marcaram presença, cada um contribuindo para criar um visual que era ao mesmo tempo atemporal e moderno.

A missão de Daniel é clara: resgatar todo aquele espírito cool britânico que tanto marcou os anos 90 e reinventá-lo para os tempos modernos. E, ao meu ver, ele está cumprindo essa meta muito bem. A marca continua a nos encantar e surpreender a cada temporada, reafirmando seu lugar como uma das marcas mais icônicas e influentes da moda. Mas e vocês, também amam todo o  charme inconfundível da Burberry?

Beijos, Lalá!