DE ACORDO COM A PARIS FASHION WEEK O PRETO É TENDÊNCIA PARA O VERÃO

A temporada de moda chegou oficialmente ao fim. Marcada por seu último destino em Paris, a capital francesa ganha maior destaque por sua tradição na moda. Assim, Paris também passa a ditar o que podemos esperar para as próximas estações. Diferente do que estamos acostumadas no verão, as cores sóbrias ganham destaque, principalmente o preto.

Já vínhamos acompanhando a ascensão dos vestidos pretos durante o último verão, especialmente no street style. No entanto, neste momento, podemos perceber que o preto se torna ainda mais representativo para o período que estamos vivendo. As mudanças climáticas e diversas outras situações globais, que ocorrem simultaneamente, revelam um tom mais conservador e sério se estabelecendo na moda, o que faz com que o uso de cores seja um pouco mais contido. Isso, porém, não significa abrir mão do estilo e do lúdico, pois, em vários desfiles, mesmo com o tom sóbrio, observamos, por meio das silhuetas e da experimentação com camadas, uma busca por originalidade e autenticidade.

A tendência do preto apareceu em diversos desfiles. Na Coperni, com o cenário da Disney francesa ao fundo, foram apresentados vários vestidos pretos, capturando bem o ar de princesa, especialmente com o último look desfilado pela influenciadora Kylie Jenner. Diferente da Valentino, que, sob a direção criativa de Alessandro Michele, trouxe o preto para roupas com um tom mais boho, explorando a fluidez em diversas texturas e camadas. Outro exemplo é a grife Nina Ricci, que apostou em peças com silhuetas mais minimalistas e elegantes, investindo na alfaiataria, nas transparências e até em capas mais estruturadas, brincando com os volumes.

A moda estará sempre se comunicando com o nosso momento como sociedade e refletirá as nossas questões de modo geral. O fim da Paris Fashion Week nos convida também a repensar como será o futuro da moda com todas essas mudanças em andamento e se nossa relação com ela também começará a mudar. De qualquer forma, sempre será interessante ver essa tradução da realidade nas roupas e nas estéticas que começam a chamar atenção, não é?

Beijos, Lalá.

PARIS  FASHION WEEK- A SURPRESA COMERCIAL NO DESFILE DA CHANEL

Marcando o último dia da Paris Fashion Week, a Chanel apresentou ontem, dia 1º de outubro, sua coleção de verão 2025. Ainda sem um diretor criativo escolhido para ocupar o lugar de Virginie Viard, a grife optou por exibir sua nova coleção com um tom mais comercial, focando nos códigos mais essenciais e marcantes que fizeram parte da trajetória da marca.

A maison é uma das mais antigas e tradicionais na indústria da moda. Fundada em 1910, inicialmente como uma boutique de chapéus, a marca de Coco Chanel foi, ao longo do tempo, ampliando sua gama de produtos e consolidando seu nome entre a alta sociedade francesa. Seu estilo inovador incorporava elementos masculinos ao guarda-roupa feminino e suas criações questionavam as normas de vestimenta da época, transmitindo uma mensagem de libertação para as mulheres.

Com um desfile que contou com uma gaiola no centro do Grand Palais – local tradicionalmente escolhido pela marca para suas apresentações – observamos a aparição de todos os códigos que se tornaram marca registrada da maison. O tweed, as listras em peças inspiradas nos marinheiros, terninhos e conjuntos que remetem à silhueta dos anos 1920 marcaram a coleção, que apresentou uma paleta de cores mais neutra. Entretanto, os destaques foram as capas, usadas sobre os looks com transparências e aplicações de plumas, que adicionaram um toque boho a alguns visuais e trouxeram uma ideia de styling mais criativo.

Ainda sem alguém para liderar as coleções da maison, a Chanel aposta na segurança do conhecido, de forma simples e elegante, mantendo a alta qualidade como pilar entre a técnica e a execução. Com vários nomes sendo cogitados para assumir o cargo de diretor criativo, uma pergunta permanece: o que podemos esperar para o futuro da marca?

Beijos, Lalá. 

PARIS FASHION WEEK- O BOHO ESTÁ EM ALTA E SE DEPENDER DA CHLOÉ ELE CONTINUARÁ POR AINDA MAIS TEMPO

A programação da Paris Fashion Week continua a todo vapor! Depois de acompanharmos desfiles como os da Dior, Saint Laurent e Balmain, nosso foco hoje se volta para um desfile que aconteceu logo pela manhã desta quinta-feira: o da Chloé. Sob a direção criativa de Chemena Kamali, a marca chama a atenção por manter seu estilo feminino, cheio de referências dos anos 70, mas trazendo essa estética em uma nova roupagem, completamente diferente da coleção passada.

O estilo Boho, apesar de ter alcançado seu ápice na década de 70 com a ascensão do movimento hippie, surgiu realmente nos anos 20, com a ajuda do ativismo francês, que buscava criar laços entre a moda e a arte. Inspirado pelo espírito livre, criativo e despreocupado dos artistas da época, essa estética passou a se popularizar justamente por trazer diversas referências como parte de sua composição. Ao longo do tempo, o estilo foi evoluindo seus códigos, especialmente através dos trabalhos de estilistas como Kamali, que adicionou um toque de modernidade a essa imagem.

Com uma base super feminina, a coleção de verão da Chloé explora transparências, rendas e tecidos fluidos para trazer conforto e liberdade à sua interpretação do guarda-roupa feminino, utilizando principalmente tons pastéis, como rosa, azul e amarelo, criando uma atmosfera refrescante e suave para a estação mais quente do ano. As silhuetas eram volumosas e predominantemente curtas, incorporando o estilo balonê em vestidos e calças. Além disso, observamos a presença de terceiras peças na coleção, como parkas, jaquetas de camurça e casacos mais curtos, com uma pegada delicada, combinados com muitos babados e estampas florais.

A coleção de Chemena chega como uma promessa de continuidade da estética boho chic, que, apesar de bastante comercial, ainda assim traz um ar sonhador às peças, prometendo um verão carregado de códigos românticos e muita liberdade. Eu amei, e vocês?

Beijos, Lalá.

O ATHLEISURE DE VERÃO DA DIOR MARCA O SEGUNDO DIA DE DESFILES DA PARIS FASHION WEEK

A Paris Fashion Week teve início ontem, dia 23 de setembro, e irá até o primeiro dia de outubro. Marcada pela participação das maisons mais tradicionais, a capital francesa registra o capítulo final deste super roteiro de desfiles, que conta com grandes nomes como Saint Laurent, Balmain, Mugler, Schiaparelli, entre outras etiquetas. Hoje, falaremos do desfile da Dior, que ocorreu durante a manhã de hoje, 24 de setembro, e trouxe uma visão mais tecnológica e inovadora para a marca, ainda inspirada pelas Olimpíadas.

Sob a direção criativa de Maria Grazia Chiuri, o clima esportivo se mantém nesta nova coleção, assim como na anterior. No entanto, diferentemente do conceito passado, que olhava para o passado e para o processo de criação das Olimpíadas, desta vez a coleção adota um olhar mais tecnológico, incorporando o estilo atlético em uma visão inovadora da marca, ao mesmo tempo que se afasta, de forma sutil, da estética clássica explorada pela maison ao longo dos anos.

Com uma paleta de cores bem enxuta, o desfile foi criado praticamente todo em cores neutras, como preto, branco e bege, com exceção de apenas uma peça, que foi apresentada em couro vermelho. Já as silhuetas se baseiam na relação entre o corpo, a roupa e a funcionalidade, explorando peças como bodys, calças cargo, jaquetas e corta-ventos, além de usar tecidos mais leves e frescos. Ainda assim, Maria Grazia não deixa o feminino de lado, brincando também com tecidos transparentes, além de vestidos longos com decotes e recortes assimétricos, e a aplicação de franjas e bordados que já apareceram em outros desfiles e chegam como uma aposta certa para o verão.

A ousadia de explorar um verão inteiro formado por cores neutras e escuras foi uma surpresa para todos nós. Assim, Maria Grazia consegue atrair os olhares para a Dior mais uma vez, através da surpresa e quebra de expectativa. Teremos mais desfiles para acompanhar durante a semana. Estão ansiosas por alguma apresentação específica?

Beijos, Lalá. 

O PASSADO FUTURISTA DA PRADA NA MILÃO FASHION WEEK

A Semana de Moda de Milão teve início na terça-feira, dia 17 de setembro, marcando o penúltimo destino do circuito de moda internacional. A abertura foi realizada pela Fendi, com Kim Jones, seguida por marcas como Boss e Jil Sander, que se destacaram nos primeiros dias. Entretanto, hoje voltamos nossa atenção para o desfile da Prada, que aconteceu, pela manhã, sob a direção criativa de Miuccia Prada e Raf Simons.

Para a apresentação de verão 2025, da Prada, a dupla de diretores criativos foge das tendências atuais e passa a olhar para peças do passado, trazendo uma visão inovadora e futurista para criações que esbanjam autenticidade, com uma pegada descoladamente peculiar. Raf Simons e Miuccia Prada, já trabalham juntos desde 2020. Tendo já trabalhado na Jil Sander, Simons, agrega à Prada alguns códigos que se tornaram sua assinatura pessoal ao longo de sua trajetória, como o jogo de cores, as camisas, e retoma as golas falsas que também apareceram no desfile passado, em contraste com as peças superiores.

A coleção começa com uma linguagem desconexa, brincando com estampas, cores e texturas. Nesse momento a atenção se volta para as cinturas, fazendo uma referência ao estilo sessentista de Pierre Cardin, trazendo uma inspiração futurista através de silhuetas geometrizadas e tecidos metalizados para criar uma imagem inovadora e muito diferente da sobriedade comum que já estamos habituadas a ver nas coleções da Prada. A estética lúdica, explora a brincadeira com as cores e tons, nas roupas e nos acessórios que ficam marcados pelos óculos maximalistas a lá Walter van Beirendonck. A excentricidade é explorada no desfile de forma contida, sem perder os signos da grife, preservando um olhar mais conservador de Miccia em união à rebeldia de Raf Simons. 

As semanas de moda tornam-se cada vez mais referências de autenticidade e originalidade. Assim, temos muito mais para acompanhar até o final da semana e durante o último destino do circuito fashion: Paris! Estão empolgadas?

Beijos, Lalá.