Domingo, dia 14 de Abril, foi o último dia de apresentações do São Paulo Fashion Week. Após uma semana de coleções de grandes nomes da moda nacional, João Pimenta, Amapô Jeans e Gloria Coelho foram os escolhidos para fechar o último dia do evento. Hoje, escolhi o desfile da icônica Gloria Coelho, que estava há algum tempo já fora do line e que voltou dessa vez comemorando seus 50 anos de marca para darmos uma olhadinha. Vamos lá?
Nascida em Minas Gerais, a estilista Gloria Coelho sempre foi muito ligada às artes. Essa relação acabou sendo fonte de inspiração para as suas coleções desde a sua primeira marca lançada em 1974: A “G”, e a partir de então, Glória já sabia o que queria alcançar com as suas criações, vestir mulheres sofisticadas e trazer a arte e a história em seus conceitos. Baseado nisso, então, surge sua marca homônima “Gloria Coelho”, voltada para um público feminino mais jovem, com um ar mais descolado e contemporâneo.
Agora, falando da sua coleção apresentada na São Paulo Fashion Week, seu palco foi a galeria Nara Roesler, no bairro Jardins, a escolha perfeita para a comemoração da sua marca que possui a arte enraizada em sua essência. E nessa coleção não seria diferente. Glória se inspira em diversos lugares e épocas, como as roupas de Ballet, os anos 60, a moda francesa e japonesa, a op art, as manualidades como o crochê e o patchwork e até mesmo o desenho infantil Pokémon teve um lugar no meio do seu processo de desenvolvimento de coleção.
Acompanhada da excelência técnica e de material, o seu desfile caminha por vários estilos, como as roupas de festa, looks mais sociais com a alfaiataria, elementos da moda esportiva e beachwear, e os metalizados também se fazem presentes para retratar o tom futurista da marca. O código estético principal desse desfile foram as aplicações de flores e bolas nos tules, além das franjas que aqui aparecem em cetim, as fitas e os paetês. As silhuetas são alongadas e contam com recortes e trabalhos de costura aplicados nas peças, também trazendo uma delicadeza para as roupas, através das transparências e das alças finas.
Já o seu trabalho impecável de alfaiataria conta com modelagens desconstruídas e peças modulares, que transformam sua forma através das aplicações de zíper, trazendo uma maior funcionalidade e utilitarismo para a sua coleção. As cores branco e preto são essenciais no desfile, mas também temos a presença do vermelho e do azul na construção dos looks, principalmente nos vestidos. As manualidades, como crochê, são as técnicas que mais observamos durante toda a semana de desfiles e aqui ele aparece novamente reinterpretado com os desfiados e as franjas.
Toda a sua coleção demonstra uma inspiração na própria trajetória de 50 anos de marca, mas sem deixar de lado o seu olhar para o futuro. E depois de tantas apresentações incríveis, não teria como essa marca tão importante e icônica na moda nacional ficar de fora. Assim termina essa primeira São Paulo Fashion Week acompanhada de muita emoção e ansiedade para descobrir o que mais de novo poderemos ver futuramente na nossa moda que a cada ano cria mais raízes e se torna mais madura.
Beijos, Lalá.