OS DESTAQUES DA LFW!

Simone Rocha

De performances e narrações a meditações e alusões históricas, a Semana de Moda de Londres estava recheada de desfiles teatrais e conceituais que foram muito além das roupas. Os designers, nessa temporada, criaram verdadeiras storylines que agregavam suas visões – e aspirações para o futuro – em cada uma de suas coleções. Vamos conferir alguns dos desfiles destaques da temporada de Outono/Inverno 2023?!

DI PETSA

A designer Dimitra Petsa teve como inspiração sua descendência grega e trouxe para o desfile a história de Perséfone. Nomeada ”Breaking and Healing”, a coleção honra a transformação de Perséfone como filha de Deméter, deusa da agricultura, seu sequestro por Hades, deus do mundo inferior e por fim, sua ascensão como rainha do submundo. O desfile no Hotel Old Selfridges começou, até mesmo, com uma meditação narrada pela própria Petsa para imergir os espectadores ainda mais na história. No quesito criações, a designer entrega os seus populares vestidos ”molhados” feitos de Lycra e seda com cristais dispostos sobre o tecido, mosaicos de veludo e couro como uma nova técnica e peças maternais – trazendo até corsets com barrigas removíveis. Performática e teatral, o desfile carregou uma coleção etérea, abstrata e cheia de expectativas para a marca.

MOLLY GODDARD

Saindo de sua zona de conforto, Goddard aposta em um desfile mais simples, buscando passar sua assinatura e essência para o público de forma menos performática a partir de nostalgia e memórias de suas roupas antigas. As estampas com listras horizontais e os sobretudos pareciam remeter aos uniformes prep school britânicos. O mix de cores e sobreposições acontecia por meio de saias de tule coloridas, estampas, bordados, sapatos coloridos ou em plataforma e animal print. Os anos 2010 em Londres, quando jovens saíam para festejar com roupas e combinações esquisitas – que futuramente influenciaram o Indie Sleaze – pareciam fazer parte da ideia dessa nova coleção.

DAVID KOMA

Koma teve como inspiração – e musa – para a sua coleção de Outono/Inverno a atriz alemã Marlene Dietrich. O designer conta como a artista foi uma das primeiras a experimentar com o estilo andrógino, querendo colocar o seu legado como centro nesta temporada. Koma incorporou estilos dos anos 30 e 60 em designers para a mulher moderna. A paleta circulou em cores como preto, vermelho, amarelo e roxo. A assimetria, botas acima do joelho, couro envernizado, ternos oversized, camisas e pelúcia foram alguns dos destaques. Os modelos passavam sensualidade, poder e elegância, assim como Dietrich.  

SIMONE ROCHA

Inspirada pelo ritual de colheita Lughnasadh ou Lammas – festival e data de celebração pagã – Simone Rocha cria sua nova coleção para o Outono/Inverno. Sua ideia era continuar criando peças que demonstrassem a fluidez de seus designs entre homens e mulheres. As mangas bufantes, renda bordada e vestidos balonê – ou camponeses – continuam como traços marcantes de Simone para essa coleção. 

JW ANDERSON

Fundindo arquivos de coleções passadas de 15 anos atrás, Anderson – em colaboração com o coreógrafo e dançarino escocês Michael Clark, responsável pela junção do ballet, da vida noturna gay e da moda performática nos anos 80 –  criou uma coleção nostálgica apresentada em um local responsável por hospedar festas e raves desde os anos 70 em Londres. O intuito do designer era olhar para trás e homenagear o passado antes de seguir em frente para uma outra linha na moda. A coleção super colorida conta com exageros e assimetria, peças comuns e sneakers voltadas ao streetwear e a desconstrução e reconstrução de seus designs antigos. 

NENSI DOJAKA

Nensi teve como tema principal para a coleção ”o corpo feminino” – apresentando designs para quem gosta de deixá-lo à mostra. Sentindo a necessidade de trazer mais minimalismo para a moda atual, a estilista recria peças para diferentes corpos com elementos presentes em suas coleções passadas. Conseguimos ver bastante transparência, designs abstratos, jeans, suas populares lingeries e vestidos dignos de tapete vermelho. 

DILARA FINDIKOGLU

Intitulado ”Not a Man’s Territory”, o desfile foi descrito como uma performance feminista, política, complexa e brilhante. Findikoglu criou a coleção a partir dos protestos feitos pelas prisões sobre o uso do hijab e a morte no Irã de Mahsa Amini. ”Por que o corpo da mulher é sempre questionado? O que devemos usar? O que não devemos usar? Essa é minha pequena dança revolucionária na direção de possuirmos nossos corpos de volta”, ela descreve. O look mais importante para a coleção foi o 27, feita de cabelo trançado e jóias vitorianas. Também vemos o último look tomando conta da passarela: era Joana D’Arc encarnada depois de ser queimada por crimes incluindo o de se vestir como um homem. A coleção exala impulsividade, agressividade e principalmente impaciência com o que as mulheres são submetidas ainda hoje. 

BURBERRY

Em sua estréia na Burberry, Daniel Lee – antigo diretor criativo da Bottega Veneta – exala estampas de patos e trench coats dignos da moda britânica. O designer fez a coleção para ser focada mais na funcionalidade e no utilitarismo das peças durante o Outono/Inverno. Mas isso não deixou com que o exagero não aparecesse por meio de acessórios como chapéus e bolsas. Finalizando sua coleção, Lee coloca como aposta o azul como a nova cor do momento! Alguns detalhes marcantes ficam para as golas dos clássicos trench coats feitas de pelúcia, as camisetas gráficas e os mantos usados pelo público para se aquecer e que foram apresentados como peça chave. Apesar de sofisticada, a coleção foi marcada por bastante looks de streetwear frescos para o público adquirir! 

Beijos, Lalá!

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